Rafael Brych*
O ESG (Environmental, Social and Governance) é um conceito que tem ganhado força no mundo corporativo. A sigla se refere às práticas focadas no meio-ambiente, no social e de governança que as empresas podem adotar. O varejo não se difere de outros setores e também é permeado por essas preocupações latentes da sociedade.
Quando falamos em ESG, é interessante observar que cada elemento da sigla se complementa. O foco na sustentabilidade, por exemplo, resulta em uma melhor governança e produz boas práticas sociais.
Vivemos em um mundo onde as informações circulam cada vez mais rápido. Um dos efeitos dessa característica é que muitas pessoas passaram a se engajar mais em temas relevantes, como a sustentabilidade ambiental. Uma pesquisa da Teads, plataforma global de mídia, e a Kantar, revelou que nove em cada 10 brasileiros veem a sustentabilidade como um tema importante em suas vidas.
Essas preocupações interferem no estilo de vida e no comportamento consumidor. Por isso não é à toa que muitos deixam de ser clientes e consumir marcas que realizam práticas agressivas ao meio-ambiente.
Ao mesmo tempo, o varejo está inserido em um momento histórico: a Era do Cliente. As empresas precisam ter a satisfação do consumidor no centro de suas ações, o que pauta a maioria de suas tomadas de decisão.
Portanto, adotar práticas de sustentabilidade ambiental é se comunicar diretamente com esses clientes, com um público que se preocupa gradativamente mais com esse tema. Dessa forma, sua loja mostra que compartilha da mesma consciência, o que agrada o consumidor e constrói uma relação de confiança com ele!
Na teoria tudo isso é muito vantajoso, mas como colocar em prática ações de sustentabilidade que reduzem os custos de forma direta? Aqui vão algumas formas: utilizar fontes de energia renováveis, reduzir desperdícios, eliminar o uso de papel, reutilizar recursos materiais e adotar embalagens econômicas. São práticas simples, mas muito eficientes para reduzir os custos e tornar uma empresa mais sustentável.
Práticas de sustentabilidade não podem ser adotadas apenas com interesses financeiros, que passam pela fidelização do cliente, aumento da competitividade no mercado e redução dos custos. É importante valorizar de verdade a urgência de reduzir a quantidade de lixo gerado nas ações da loja e o uso de materiais poluentes. Esse compromisso precisa ser assumido e transformado em ações.
O foco de qualquer empresa é conquistar mais clientes e alavancar seus lucros. Contudo, isso não retira a responsabilidade social que elas têm. Isso acontece porque mesmo uma entidade privada exerce um impacto generalizado nas pessoas, sejam elas clientes ou não.
Seja para confeccionar seus produtos e embalagens ou mesmo para manter suas operações, as lojas exploram recursos naturais, que são de interesse de todo mundo. Essa relação faz com que seja necessário prestar contas sobre essa exploração. É simplesmente impossível que uma empresa elimine seu impacto ambiental, mas é responsabilidade dela trabalhar para reduzir.
Colocar essas ações em prática é transmitir uma mensagem positiva para a sociedade. Afinal, a responsabilidade social de uma empresa também passa por isso: dar um bom exemplo e provocar mudanças positivas em toda a comunidade.
Em resumo, o varejo sustentável, no longo prazo, gera mais equidade social e uma melhor qualidade de vida. Ele também melhora a governança da loja, reduzindo custos e aumentando a competitividade. Ganham as empresas, as pessoas e o meio-ambiente!
*É diretor Comercial e de Marketing da Pricefy by Selbetti