Índice de ruptura no varejo alimentício brasileiro cai em fevereiro, mas preços de produtos essenciais seguem em alta | JValério

Índice de ruptura no varejo alimentício brasileiro cai em fevereiro, mas preços de produtos essenciais seguem em alta

28/03/2024

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Segundo dados da Horus, aumento no preço do ovo, arroz e azeite chega, respectivamente, a 10,2%, 12,8% e 13% em 2024

O Índice de Ruptura da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo, revela que, em fevereiro, a ausência de marcas nas prateleiras dos varejos alimentícios no Brasil chegou a 13,6%, o que representa uma queda de 1,7 ponto percentual na comparação com o mês anterior.

Conforme aponta o indicador da Neogrid, houve uma redução na taxa geral de ruptura que refletiu em produtos propensos a essa situação, como ovo, arroz e azeite. Depois de um aumento em janeiro, os índices retornaram aos níveis usuais, atingindo 18,3% para o ovo, 16,6% para o azeite e 9,5% para o arroz.

Apesar da diminuição na taxa de ruptura, conforme observado pela Horus, marca da Neogrid, os preços desses produtos continuam em ascensão. Por exemplo: o ovo subiu 10% em fevereiro sobre janeiro deste ano. O valor atual do item, porém, está 10,2% menor do que o preço máximo por unidade registrado em 2023 – de R$ 0,97.

Quanto ao azeite virgem e extravirgem, ocorreu um aumento de 5,4% no preço médio por litro em fevereiro em relação ao mês anterior, resultando em uma alta de 13% somente nos dois primeiros meses de 2024. O preço do arroz também apresentou uma evolução significativa de 12,8% neste início de ano.

Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid, observa que o início do ano tradicionalmente traz consigo uma alta de preços, que é parte integrante da estratégia do varejo de mitigar o repasse do aumento dos fornecedores aos consumidores. “A elevação da ruptura em janeiro é um fenômeno natural do mercado, assim como a subsequente queda no mês seguinte – reflexo do término do ciclo de negociações e da normalização do abastecimento.”

Apesar da redução no índice de produtos indisponíveis, alguns itens ainda enfrentam altos níveis de ruptura. Desde o início de 2024, os consumidores têm enfrentado dificuldades para encontrar especialmente leite e feijão nas prateleiras dos supermercados. A ruptura do leite permanece no mesmo patamar de janeiro, em 16,1%.

De acordo com a Horus, o preço médio por litro de leite aumentou 3,35% em fevereiro. Uma análise do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa revela que desafios como a conjuntura internacional e a fraca demanda interna estão afetando o setor lácteo em 2024, somados à estagnação da produção brasileira de leite em 34 bilhões de litros anuais.

A ruptura do feijão está estabilizada na faixa dos 11,3%. Para 2024, segundo previsão do IBGE, é de que a safra agrícola será 2,8% menor neste ano do que em 2023 por conta das mudanças climáticas. O preço do feijão já subiu 4,23% em fevereiro em relação a janeiro no preço médio por quilo.

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