Pesquisa da CNC e Fecomércio PR relata maior endividamento da série histórica no Paraná
Os paranaenses chegaram ao fim de 2022 com o maior nível de endividamento dos últimos 13 anos. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 96,4% das famílias do estado possuíam algum tipo de dívida em dezembro. É o maior percentual da série histórica da pesquisa.
Com esse número, o Paraná findou 2022 no topo do ranking nacional de endividados, ficando atrás somente para Rio Grande do Sul, em que 92,2% da população estava endividada, e Rio de Janeiro, com 90,9% de endividados.
A média nacional de endividados também bateu recorde: 77,9% das famílias estavam endividadas em 2022, uma alta de 7 pontos percentuais em relação a 2021 e de 14,3 no comparado com 2019, antes da pandemia de covid-19. O índice mais baixo foi registrado em 2018, quando 60,3% das famílias estavam com dívidas.
Mas vale uma ressalva: os paranaenses não são os mais inadimplentes. Quando o assunto é contas em atraso, o Paraná ficou em 17º no comparativo com outros estados e, conforme os dados apurados sobre a falta de condições de pagamento, os paranaenses ocuparam a 12ª posição da lista.
Em dezembro, 23,8% da população do Paraná estava com contas em atraso, um pouco menos do que os 24% de inadimplentes em novembro. Já aqueles que afirmavam não ter condições de quitar suas dívidas corresponderam a 8,4% no último mês do ano, ante 8,2% em novembro.
Uma avaliação da evolução do endividamento mostra que o paranaense nunca esteve tão endividado quanto em 2022. A média anual ficou em 93,9% no ano passado, a maior de toda a série histórica. Em 2021, a média de endividados no estado foi de 90,4% e em 2020, de 89,6%
Segmentação por renda
Tanto os mais ricos quanto as famílias de menor renda chegaram ao fim de 2022 praticamente no mesmo patamar de endividamento. Entre aqueles com renda até dez salários mínimos, o endividamento foi de 96,3%, praticamente o mesmo percentual entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, que corresponderam a 96,4% em dezembro.
Mas esse nivelamento no endividamento entre as faixas de renda não se manteve durante o ano todo. As famílias de menor renda iniciaram 2022 menos endividadas do que aquelas de maior renda e chegaram ao mesmo grau em julho, chegando a ultrapassá-las nos meses subsequentes.
Com renda mais limitada, a inadimplência é maior entre os que possuem renda familiar até 10 salários mínimos, que chegaram em dezembro com 25,7% de famílias com contas atrasadas, ante 14,9% entre aqueles com renda familiar superior a dez salários.
Tipo de dívida
O tipo de dívida predominante em 2022 foi o cartão de crédito, com 88,2% em dezembro. O financiamento de carro concentrou 7,6% das dívidas dos paranaenses e o financiamento de casa, 5,7%.
Perfil dos endividados
Em uma avaliação nacional, o perfil da pessoa endividada que desponta a partir da PEIC é de uma mulher, com menos de 35 anos e Ensino Médio incompleto, moradora das regiões Sul ou Sudeste, cuja família recebe até 10 salários mínimos.